Famílias que sobrevivem do mercado informal não mais poderão vender doces, canetas ou adesivos nos ônibus e topiques de Fortaleza. Pelo menos essa é a proposta do vereador Marcos Aurélio (PSC), que, apesar de não ser usuário do transporte público, se diz incomodado com “a entrada indiscriminada de vendedores de todo o tipo de objetos e bugigangas nos coletivos”. Sem apontar qualquer benefício ou capacitação aos vendedores ambulantes aos quais pretende tirar de linha, o vereador destaca que o seu projeto é de “largo alcance social”. E a proposta ainda parte de um parlamentar de um partido cristão. Pelo visto, alguém precisa ser apresentado ao PSC e à nova doutrina do papa Francisco. Não somos contra projetos que remanejem feiras livres ou que retirem ambulantes de locais de trabalho. Desde que se apresente alguma proposta para a sobrevivência de suas famílias. Não se pode pensar em baixar os índices da criminalidade pela exterminação dos delinquentes, como ainda querer desafogar hospitais ao fazer de conta que os doentes não existem.
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