Temer enfrenta 48 horas de tensão

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Hamburgo/Alemanha -  Chegada do presidente Michel Temer à Filarmônica de Hamburgo (Beto Barata/PR)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Na iminência de perder a aliança com o PSDB e de ter denúncia de corrupção votada pela CCJ da Câmara, o presidente Michel Temer (PMDB) passou o domingo com líderes aliados, ministros e presidentes do Senado e da Câmara em busca de solução para se manter no cargo.

 

Com o alicerce político já fragilizado, ele ainda precisa se provar forte para o mercado com aprovação da Reforma Trabalhista na terça-feira.

 

A agenda das próximas 48 horas será de tensão para o presidente. Hoje à tarde, o relator da denúncia apresentada contra ele pelo Mionistério Público, Sérgio Zveiter (PMDB-RJ), deverá apresentar seu parecer na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara. Mais tarde, o PSDB – principal aliado do Planalto – volta a reunir seus principais líderes para debater permanência ou desembarque do governo.

 

Apesar de ser do partido de Temer, Zveiter tem perfil independente. A expectativa é de que ele apresente relatório favorável à admissibilidade da denúncia de corrupção passiva na CCJ. “Tudo que há de mais rebaixado na política está sendo convocado para garantir a sobrevivência do Temer”, diz o deputado da oposição Chico Alencar (Psol-RJ), que é membro titular da CCJ.

 

O deputado da base, Genecias Noronha (SD-CE), afirma que os que se dizem indecisos vão votar contra a admissibilidade da denúncia. Para o parlamentar, a maioria dos votos deve livrar o presidente. “Esse final de semana deu muita fofoca, muita conversa. Na verdade, quem é a favor (da denúncia) já diz de cara”, avaliou. Genecias prevê ainda sessões longas por toda a semana.

 

Na manhã de ontem, encontro de Temer com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) demorou mais de uma hora. O tema principal tratado teria sido a denúncia contra o presidente que tramita na Casa.

 

Ele esteve ainda com os líderes do governo Romero Jucá (Senado) e André Moura (Câmara), o presidente do Senado, Eunício Oliveira e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Aloysio Nunes (Relações Exteriores).

 

Em reunião convocada às pressas pelo governador de São Paulo Geraldo Alckmin, o núcleo tucano que mais defendia a permanência do PSDB no governo volta a debater a questão hoje à noite.

 

Ontem, Alckmin e o prefeito de São Paulo, João Dória, que ainda resistiam à ideia, já acenaram para o desembarque do PSDB do governo. Eles usaram argumentos da ala dos chamados “cabeças pretas”, grupo de tucanos mais jovens que vinha fazendo movimentos para se desvincular de Temer. “Não defendo que o PSDB se mantenha no governo”, afirmou Dória. “Olha que não fui favorável a entrar no governo, mas acho que nós deveremos encerrar esse período (das reformas). Depois disso, não há razão para o PSDB ainda participar do governo”, pontuou Alckin. (com agências)

 

Saiba mais

 

Questões tucanas

 

O líder do PSDB na Câmara, paulista Ricardo Tripoli, afirma que a tendência da bancada parece ser favorável à admissibilidade da denúncia. Segundo ele, haverá reunião ainda esta semana para decidir como o partido deve votar quando a denúncia for a Plenário. Na CCJ, o PSDB tem cinco votos a favor e dois contra. Temer convidou o ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso para encontro, mas ele, com viagem agendada para a Europa, pode não comparecer.

 

Trabalhista

 

Outro desafio da semana será a aprovação da reforma trabalhista na terça no Senado. O placar indica que Temer tem a quantidade suficiente de votos (42), mas não pode perder nem ter faltosos para garantir aprovação da matéria.

 

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O Povo

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