Granja Localizada entre os municípios de Granja e Camocim, a Empresa Aquafort, ao longo de seus 15 anos, tem contribuído para manter o Ceará no topo do ranking nacional da produção de camarão. A carcinicultura praticada na região do Rio Coreaú mudou a realidade dos moradores da zona rural dos dois municípios, que tinham na agricultura de subsistência sua única fonte de renda.
João Rodrigues de Matos é um dos chefes de família que trocaram o roçado pelo manejo do camarão em busca de uma renda melhor no fm do mês e, segundo ele, o trabalho tem compensado: “Antes, nós ficávamos na dependência do roçado. Hoje, a renda está garantida com o manejo do camarão durante o ano todo, o que significa crédito no comércio. Todos recebemos o salário-base mais acréscimos, dependendo da função”.
Instalada numa área de 611 hectares, com 491 deles dedicados ao cultivo do camarão, a fazenda trabalha com 35 viveiros de engorda e 18 viveiros berçários, construídos numa área de manguezal com total aproveitamento de captação das águas do Rio Coreaú, que abastece os tanques de água salgada, mantidos sob a influência das marés.
Após a despesca, a água é direcionada para um sistema de canais de decantação que cercam toda a propriedade, passando por uma série de filltragens realizada naturalmente por ostras, colocadas estrategicamente na saída do canal, para ajudar no incremento de nutrientes do que retorna ao Rio. O sistema de drenagem garante que 60% dessa água volte ao Coreaú com melhor qualidade. “Os outros 40%, nós reutilizamos para a manutenção da fazenda. Essa água retorna aos viveiros mais rica em nutrientes. Nosso objetivo é devolver 100% da água que sai da fazenda com muito mais qualidade”, explicou a engenheira de pesca Raissa Pinheiro.
Segundo a Secretaria da Agricultura, Pesca e Aquicultura do Estado (Seapa), o Nordeste responde por 99% da produção total de camarão do Brasil, que registrou, no ano passado 85 mil toneladas. Os Estados que formam esse mercado são o Ceará, Rio Grande do Norte, Bahia, Sergipe, Pernambuco, Paraíba, Piauí, Alagoas e o Maranhão; com destaque para Ceará e Rio Grande do Norte, que respondem por 78% da produção.
Informações: Diário do Nordeste