A pouco mais de sete meses para as eleições, a escolha de um nome para a vice-governadoria ainda não é a principal prioridade dos partidos, tendo em vista que o candidato da base governista, por exemplo, segue indefinido para a sucessão de Camilo Santana (PT) e a oposição ainda tenta atrair aliados.
Apesar de não ser a maior prioridade do momento, o assunto já é discutido nos bastidores dos diferentes grupos políticos.
Em evento com pedetistas no início deste mês, o senador Cid Gomes (PDT) defendeu que um partido aliado indique um nome para compor a chapa do Executivo, excetuando PT e PDT.
O ex-governador entende que o PT já está representado no grupo com o nome do governador Camilo indicado para a vaga de senador, e o PDT escolheria o pré-candidato ao governo.
O presidente estadual do PT, Antônio Filho, o Conin, disse que o partido vai aguardar a decisão do PDT sobre o pré-candidato ao governo e que no “momento certo” vai debater a escolha de vice.
“Primeiro vamos conhecer quem é o candidato, depois vamos ver essa possibilidade de vice. O PT não descarta a possibilidade de estar na vice, tem aceitação popular e tem quadros”, defendeu o dirigente.
A extensa aliança da base camilista pode dificultar a indicação petista para o posto, tendo em vista a necessidade de contemplar todos os grupos em torno da candidatura.
Entre as legendas com maior potencial para entrar nessa disputa são o PP, de AJ Albuquerque, e o PSD, de Domingos Filho.
OPOSIÇÃO
Representando a direita, a pré-candidatura de Capitão Wagner (Pros) ao Governo do Estado pode ter uma indicação de composição da chapa de dentro da igreja evangélica para a disputa pelo Palácio da Abolição. A reivindicação é do deputado federal Jaziel Pereira (PL).
De acordo com o deputado federal, a possibilidade já está sendo discutida com o próprio Wagner. Alguns nomes de pastores já estão sendo considerados para a empreitada eleitoral.
Capitão Wagner, no entanto, tem dito que ainda não tem nada definido e que está muito cedo para tomar qualquer decisão nesse sentido.
As definições devem ocorrer no mês de julho com a consolidação dos partidos que devem apoiar a candidatura.
HISTÓRICO
A escolha do vice precisa ser cautelosa e estratégica. Em muitos casos, a decisão pode se tornar um problema para a governabilidade.
Mais recentemente, Michel Temer (MDB) acabou assumindo o governo após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). O emedebista passou de aliado a “traidor” na visão de petistas que haviam defendido o acordo com o MDB.
No Ceará, as divergências entre vices podem ser vistas com mais frequência nas prefeituras. Eleita com o apoio apenas do PSB para a prefeitura de Fortaleza, em 2004, Luizianne Lins teve como vice Carlos Veneranda.
Prefeita e vice logo romperam relações antes mesmo do fim do primeiro mandato. No segundo mandato petista, a prefeita também enfrentou dificuldades com o novo vice, Tin Gomes.
Na gestão do prefeito Roberto Cláudio também houve rompimento no primeiro governo, com o emedebista Gaudêncio Lucena. Na campanha de reeleição de Roberto Cláudio, em 2016 Gaudêncio foi candidato a vice na chapa adversária, com Capitão Wagner.
No interior cearense, o corte das relações é muito mais frequente, com o vice comprando brigas judiciais contra o ex-aliado e depois disputando nas urnas o comando municipal.
PRUDÊNCIA
Cid Gomes, que é o principal articulador local, sabe que a indicação não pode se dar no calor do momento e que o perfil precisa ser pacificador e livre de qualquer ameaça – assim como tem sido Izolda Cela.
DN