Jovenel Moise morreu em casa e a primeira-dama chegou a ser socorrida a um hospital, mas não resistiu
O presidente do Haiti, Jovenel Moise, de 53 anos, foi assassinado nesta quarta-feira (7), em sua casa, por um comando integrado por pessoas estrangeiras. A morte foi anunciada pelo primeiro-ministro em final de mandato, Claude Joseph.
De acordo com ele, a mulher do presidente, Martine Moise, foi baleada no ataque e foi hospitalizada. A primeira-dama morreu horas depois no hospital, segundo o portal G1. Ela tinha 47 anos.
“O presidente foi assassinado em sua casa por estrangeiros que falavam inglês e espanhol”, disse o primeiro-ministro. Joseph pediu calma à população e garantiu que a polícia e o Exército estão encarregados de manter a ordem.
O ataque ocorreu em meio a uma onda crescente de violência política no país. Com o Haiti politicamente dividido e enfrentando uma crescente crise humanitária e escassez de alimentos, há temores de uma desordem generalizada.
“Todas as medidas estão sendo tomadas para garantir a continuidade do estado e proteger a nação”, disse Joseph. Tiros foram ouvidos em toda a capital.
Porto Príncipe vem enfrentando um aumento na violência com gangues lutando entre si e com a polícia pelo controle das ruas. Essa violência foi alimentada por um aumento da pobreza e da instabilidade política.
TRAJETÓRIA
O empresário Jovenel Moise se tornou presidente em novembro de 2017. Ele foi declarado vencedor apenas após um tribunal eleitoral negar as acusações de que houve fraude nas urnas.
HAITI VOLTA A MERGULHAR EM ONDA DE PROTESTOS VIOLENTOS
Moise concorreu pelo partido PHTK, do ex-presidente Michel Martelly. Ele venceu a disputa com 55,6% os votos.
Apesar disso, enfrentou uma série de manifestações contra seu mandato. Em 2019, milhares de hatianos foram às ruas para exigir a renúncia do presidente.
PROTESTOS
Em fevereiro daquele ano, os protestos decorreram das crescentes dificuldades econômicas do país. Manifestantes relacionavam a crise no Haiti ao desvio de fundos ligados ao PetroCaribe, acordo da Venezuela com governos da região para a venda de petróleo a preços subsidiados.
Uma investigação do Senado realizada em 2018 acusou ex-funcionários do governo e empresários de desviar cerca de US$ 2 bilhões (R$ 7,4 bilhões) de ajuda de Caracas.
Já em outubro, a população voltou às ruas, mobilizada pela escassez de combustível no país, além de outros fatores de descontentamento, como desemprego, inflação e a insegurança.