O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, reforçou, ontem, que ainda são insuficientes os esclarecimentos dos Estados Unidos no caso do monitoramento de informações brasileiras. Há denúncias de que a Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês) monitorou, na última década, milhões de telefonemas e a correspondência eletrônica de pessoas residentes ou em trânsito no País. A informação sobre espionagem foi revelada pelo ex-analista da NSA Edward Snowden.
O ministro das Relações Exteriores considera que ainda são insuficientes os esclarecimentos dados pelo governo norte-americano no caso do monitoramento de informações brasileiras FOTO: REUTERS
“Alguns esclarecimentos foram fornecidos, mas consideramos insuficientes”, disse ontem o ministro, depois da reunião com representantes do governo nigeriano.
Segundo Patriota, um grupo técnico brasileiro está trabalhando na elaboração de uma lista de perguntas que serão apresentadas aos EUA, para que então sejam apresentados esclarecimentos adicionais sobre o episódio. Esse grupo, de acordo com o chanceler, envolve representantes dos ministérios da Justiça, da Defesa, das Relações Exteriores e de Ciência e Tecnologia, além do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República.
Patriota recebeu, ontem, no Itamaraty, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Nigéria, Olugbenga Ayodeji Ashiru. Os ministros discutiram temas da agenda bilateral, com destaque para o Mecanismo de Diálogo Estratégico, criado durante a visita da presidente Dilma Rousseff a Abuja, em fevereiro.
Encurralado
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, acusou, ontem, os Estados Unidos de manter Edward Snowden encurralado em território russo. “Os EUA assustaram outros países, e ninguém quer acolher Snowden. Assim, no final das contas, eles mesmos o encurralaram em nosso território”, afirmou Putin.
“Snowden chegou ao nosso território sem convite. Não veio conosco. Voava para outro país. Mas tão logo souberam que ele estava no ar, nossos parceiros americanos bloquearam suas futuras escalas”, disse.
Durante um encontro com estudantes na região de Leningrado, o chefe do Kremlin reconheceu que o caso “por enquanto está no limite”.
“Mas, assim que surgir a possibilidade de ir a algum lugar, ele o fará. Afinal de contas, ele quer ir para um lugar de residência permanente. Quer residir em outro país”, ressaltou.
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