MP aponta vazamento de Operação policial em Quixadá

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O Ministério Público do Estado (MP-CE) e a Polícia Civil investigam a hipótese de vazamento de informações secretas da Operação Miragem II, que deveriam ter culminado na prisão de 15 empresários e gestores do município de Quixadá, mas terminou com 12 foragidos, na manhã de ontem. Do total de acusados, apenas três haviam sido presos até a noite. A grande quantidade de pessoas não encontradas no momento da deflagração levantou a suspeita de vazamento criminoso.  A Miragem II é um desdobramento de ação homônima realizada em junho, na qual foram afastados 23 servidores da Prefeitura de Quixadá por supostas fraudes em licitações. Entre eles, o vice-prefeito, Weliton Queiroz (PSD), a primeira-dama, Juvenina Bezerra, e secretários de Educação, Saúde, entre outros. O valor dos contratos supostamente irregulares ultrapassa os R$ 15 milhões. Parte dos afastados conseguiu voltar ao cargo através de habeas corpus concedido no Tribunal de Justiça do Ceará. Com o andamento das investigações, no entanto, o MP-CE verificou indícios de novas irregularidades – desta vez, na adulteração de documentos que serviriam pra maquiar as fraudes.  Os suspeitos foram alvo dos 15 mandados de prisão temporária da Operação Miragem II. Até o fechamento desta página, haviam sido presos o Secretario de Agricultura Familiar de Quixadá, o procurador de uma empresa de produtos médicos e a sócia de uma construtora. Foram expedidos, ainda, 19 mandados de busca e apreensão em Quixadá e outras quatro cidades (ver mapa). Todos os mandados foram expedidos pela 2ª Vara de Quixadá.

Vazamento

Segundo o promotor de Justiça Manoel Epaminondas, que acompanha o caso, já há pistas que podem levar à conclusão sobre o vazamento das informações. Para não prejudicar a apuração, ele não quis adiantar a origem das suspeitas, mas haveria “elementos concretos” que podem ajudar nas investigações. Segundo Epaminondas, os responsáveis pelo possível vazamento serão responsabilizados judicialmente.   Sobre o teor das denúncias da Operação Miragem II, o prefeito de Quixadá, João da Sapataria (PRB), disse que tudo não passa de perseguição política da oposição, que ele desbancou nas eleições do ano passado. O prefeito afirmou que exonerou todos os funcionários que haviam sido afastados na Operação Miragem I e que readmitiu apenas os que foram reconduzidos por habeas corpus.  Questionado sobre a primeira-dama, que até ontem à noite era considerada foragida, ele disse que a mulher encontra-se em Fortaleza e que os dois ainda não haviam conversado. Todos os acusados ainda serão ouvidos. Os que foram presos temporariamente, poderão ser liberados no prazo de cinco dias.

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