Líder de Elmano na AL pede “moção de repúdio” a Girão e Zema por falas sobre o Nordeste

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O deputado Romeu Aldigueri (PDT) solicita que o Parlamento manifeste repúdio contra as posturas de Girão e de Zema, que reforçariam posição “veladamente preconceituosa e separatista”

O deputado estadual Romeu Aldigueri (PDT), líder do governo Elmano na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), apresentou requerimento de moção de repúdio e protesto contra o senador Eduardo Girão (Novo-CE) em razão de declaração “favorável e de endosso à fala desarrazoada e separatista do governador de Minas Gerais, (Romeu) Zema, em relação ao Nordeste”, na última semana.

O deputado solicita que o Parlamento manifeste repúdio às posturas de Girão e de Zema, ambos do partido Novo, que, no seu entendimento, reforçam posição “veladamente preconceituosa e separatista”. No último dia 5, Zema concedeu entrevista defendendo maior protagonismo político dos estados do Sul e do Sudeste para fazer frente aos estados do Norte e do Nordeste. A fala foi vista como preconceituosa por alguns governadores.
O pedido de Aldigueri foi apresentado na última segunda-feira, 7, e já conta com assinaturas de pelo menos 12 deputados. “Esperamos votar quarta ou quinta-feira. É o mínimo a se fazer em defesa do Nordeste (…) Uma fala xenófoba de um governador de um estado que é o estado da integração nacional, da concórdia, que separa o litoral do sertão, o estado que teve nove presidentes da República”, justificou Aldigueri sobre a fala de Zema.
Após a declaração do governador mineiro, Girão saiu em defesa do correligionário, apontando que os ataques a Zema eram resultados do “medo e inveja dos que só visam o poder pelo poder”. Girão se dirigiu mais diretamente ao Consórcio Nordeste. “Sinto tal reação dos governistas à fala do líder mineiro com a desproporcionalidade típica de um vitimismo com fins eleitorais”, declarou.

O senador cearense apontou realizações do governador mineiro e criticou governadores nordestinos. “Governadores do Nordeste envergonharam a nação, deixando sucumbir conterrâneos numa compra fraudulenta de 300 respiradores superfaturados que nunca chegaram, onde foram desviados R$ 49 milhões! Esse escândalo ficou conhecido como ‘calote da maconha’, executado via Consórcio Nordeste, um mini-Foro de São Paulo”.

Sobre a postura de Girão, Aldigueri apontou que o parlamentar reforça a defesa de uma postura que gera “mais discordância, ideologia e acirramento” no País. “Um senador cearense, que está há seis anos em Brasília e não tem um projeto para o cearense. O que esse cidadão fez nos últimos seis anos? Eu desconheço que esse cidadão ande na periferia, que ande nos rincões do Ceará, de Norte a Sul”, disparou Aldigueri.

O parlamentar ainda complementou: “O senador vem, no intuito de deslegitimar o consórcio do Nordeste, os interesses de uma região que historicamente recebe menos incentivo que Sul e Sudeste. Ele vem legitimar uma palavra discriminatória em desfavor do Ceará e do Nordeste. Isso merece repúdio. Ele como nordestino, ao invés de ir lá e pedir que o governador Zema, do partido dele se retratasse. Esperamos isso. Está na hora dele também se retratar, enquanto é tempo, porque, senão, cabe, sim, uma moção de repúdio”.

O POVO entrou em contato com o senador Eduardo Girão para solicitar um posicionamento sobre a questão e sobre a moção apresentada nesta semana, na Alece, e aguarda resposta. A matéria será atualizada caso haja retorno por parte do senador.

O POVO



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