Klara Castanho faz primeira aparição pública depois do vazamento de história pessoal

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A atriz foi uma das convidadas do programa Altas Horas deste sábado (4) em homenagem ao Dia da Mulher

A atriz Klara Castanho apareceu publicamente pela primeira vez depois do vazamento de história pessoal no ano passado. A jovem de 22 anos participou do programa Altas Horas exibido neste sábado (4).

Em 25 de junho de 2022, Klara publicou em suas redes sociais uma carta aberta revelando que foi estuprada, engravidou e que decidiu entregar o bebê para adoção. O pronunciamento foi necessário após o vazamento da história. Todo o processo deveria correr em sigilo.

Apesar da exposição forçada, a atriz afirmou ao apresentador do programa, Serginho Groisman, que confia na Justiça e agradeceu o carinho que recebeu.

“Pessoas foram muito gentis comigo. Por mais que as pessoas não entendam, as pessoas escolheram respeitar a minha decisão. Depois que vim a público, de novo, de forma forçada, denunciei todos os crimes. O que me resta é confiar na Justiça, e eu confio muito”, disse.

“E que bom que eu estou aqui, que bom que é com você. Finalmente eu consigo chorar, colocar para fora. Mais uma vez eu quero agradecer… Que bom que foi agora, que bom que foi agora. Dessa forma”, acrescentou.

A declaração foi seguida por um abraço da jornalista Sandra Annenberg e da cantora Roberta Miranda em Klara. O programa deste sábado foi em homenagem ao Dia da Mulher e também contou com a participação da ministra dos Povos Originários, Sonia Guajajara, da ex-BBB Tina Calamba, e da cantora Maria Rita.

CONFIRA NA ÍNTEGRA A DECLARAÇÃO DE KLARA NO ALTAS HORAS

“É minha primeira vez, minha primeira aparição pública. Antes de mais nada eu quero muito agradecer a todos vocês. Eu escolhi vir aqui porque principalmente você, Serginho, é muito cuidadoso, sempre me recebeu muito bem, é uma plateia sempre muito cuidadosa, muito amistosa, muito respeitosa. E, meu coração tá muito acelerado. É, muito provável que em algum momento eu vá chorar…

É, eu quero te agradecer, de verdade, por esse espaço. Foi um período de recolhimento voluntário. Depois de tudo o que aconteceu no ano passado, eu cheguei no meu limite do que eu poderia, deveria e consigo falar.

Eu quero antes de mais nada abrir o programa falando sobre isso, que é um assunto latente, eu sei que por ser a minha primeira vez publicamente é o que as pessoas querem saber, é o que as pessoas estão em busca. Eu fui forçada a trazer a público a coisa mais difícil da minha vida. Eu nunca imaginei que eu teria que falar e lidar com isso além das pessoas que involuntariamente foram incluídas na história, que são a minha família.

Eu tenho muita sorte de ter recebido muito acolhimento, as pessoas foram muito gentis comigo. Eu tenho uma rede de apoio maravilhosa. Uma equipe que me acolheu, me defendeu e me defende. Eu recebo mensagens de muito carinho, por mais que as pessoas não entendam, as pessoas escolheram respeitar a minha decisão.

E tem uma coisa que quero deixar aqui registrado, já que é a única coisa que tentam usar contra mim de alguma forma. Depois que eu vim a público, de novo, de forma forçada, eu denunciei todos os crimes aos quais eu fui submetida. Todos. Sem nenhuma exceção. E o que me resta nesse momento, e ainda bem, é confiar na Justiça. E eu confio muito. Não só na justiça daqui, mas numa justiça muito maior. Eu fiz o que eu podia, como podia, o que meu psicológico podia aguentar, e pode.

E que bom que eu estou aqui, que bom que é com você, que bom que é com mulheres tão fortes, mulheres tão potentes. E finalmente eu consigo chorar, finalmente eu consigo colocar para fora. Mais uma vez eu quero muito agradecer o acolhimento de cada um, cada olhar de carinho, cada olhar de amor, cada carinho que eu recebi e recebo todos os dias. Desculpa tomar tanto tempo, mas que bom que foi agora e que bom que foi dessa forma, obrigada”.

RELEMBRE O CASO

Em junho do ano passado, a atriz Klara Castanho publicou desabafo sobre o estupro que resultou na sua gravidez. Ela compartilhou que não sabia sobre a gestação.

Após a violência sexual, Klara tomou a pílula do dia seguinte e tentou seguir a vida apesar do trauma. No entanto, após sentir muitas dores, foi ao médico e descobriu a gravidez em meio a uma tomografia. 

“Fui informada que eu gerava um feto no meu útero. Sim, eu estava quase no término da gestação quando eu soube. Foi um choque. Meu mundo caiu. Meu ciclo menstrual estava normal, meu corpo também. Eu não tinha ganhado peso e nem barriga”, detalhou.

A atriz ainda sofreu violência médica depois a descoberta da gravidez. “Esse profissional me obrigou a ouvir o coração da criança, disse que 50% do DNA eram meus e que eu seria obrigada a amá-lo. Essa foi uma da série de violências que aconteceram comigo”, disse.

Então, procurou uma advogada e tomou a decisão de entregar a criança diretamente para adoção.  No dia do nascimento, uma enfermeira ameaçou Klara de vazar a informação, enquanto ela ainda estava sob efeito da anestesia. “Imagina se tal colunista descobre essa história”, disse a profissional de saúde.

“Quando cheguei no quarto já havia mensagens do colunista, com todas as informações. Ele só não sabia do estupro”, contou.

Segundo ela, estava buscando resguardar a vida e o futuro da criança. “Como mulher, fui violentada primeiramente por um homem e, agora, sou reiteradamente violentada por tantas outras pessoas que me julgam”, apontou.

DN

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