A jurista russa Alyona Popova denunciou os brasileiros envolvidos em vídeo utilizando palavras obscenas contra uma mulher estrangeira. Alyona, ativista feminista e uma das maiores referências no país sobre direitos da mulher, emitiu uma petição por violência e humilhação pública à honra e à dignidade de outra pessoa. O Ministério de Assuntos Interiores deve começar a investigar o caso a partir dos relatos já divulgados pela imprensa.
No documento, a jurista fala sobre as repercussões do caso e as punições que podem ser aplicadas aos envolvidos. Alyona também acrescenta que os brasileiros devem pedir desculpas publicamente à mulher, admitir o comportamento sexista e a falta de respeito à legislação russa, além dos insultos e humilhação pública a cidadão russo.
Entre as penas destacadas na petição, estão multas aplicadas a pessoas que humilharam publicamente a honra e a dignidade de alguém. A partir do Código de Ofensas Administrativas da Rússia, os brasileiros também podem ser responsabilizados por cometer crime ou processados de acordo com o Código administrativo, que prevê “a violência da ordem pública, expressando desrespeito claro para a sociedade, acompanhados por linguagem ofensiva em locais públicos, abuso sexual ofensivo para cidadãos”. Restrições de retorno ao território russo também podem ser aplicadas.
Em nota, o Itamaraty já havia afirmado que não recebeu denúncia formal do governo russo e reiterou que a “imensa maioria dos torcedores brasileiros é pacífica e respeitosa”, além de lembrar a publicação do Guia Consular do Torcedor Brasileiro, lançado para orientar os nacionais que viajaram à Rússia. Diplomatas da embaixada brasileira em Moscou afirmaram que receberam vários email com críticas ao comportamento dos brasileiros.
No vídeo, os brasileiros fazem a mulher repetir frases em português como “essa é bem rosinha”, referindo-se ao seu órgão sexual, mesmo sem ela saber do que se trata.
Três dos integrantes do vídeo já foram identificados. Diego Valença Jatobá, ex-secretário de Turismo de Ipojuca (PE), Eduardo Nunes, tenente da Polícia Militar em Santa Catarina, e o engenheiro Luciano Gil.
O povo