“O PMDB é o mesmo de sempre. Nos oito anos do governo Fernando Henrique, a metade era governo e a metade era oposição. No governo Dilma o partido, infelizmente, é a mesma coisa”. A observação é do senador petista José Pimentel, completando que o PMDB é um partido com muitas lideranças regionais.
Isso, segundo ele, responde pelas divisões, porque seus membros têm demandas e posições, com uma parte ficando com o governo Dilma e a outra querendo fazer oposição. “Essa é a forma do PMDB fazer política que toda a população brasileira já conhece há muito tempo, talvez sem perigo de haver mudança”, lamentou.
O parlamentar observou que o PT nacional, o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff têm clareza do papel importante do PMDB e, por isso, tudo farão para manter viva essa aliança. Ele garantiu que até agora está mantido que na reeleição da presidente Dilma Rousseff, Michel Temer vai continuar na chapa como vice-presidente.
INFLAÇÃO
Mudando de assunto, o petista disse que não tem o menor sentido o comentário da imprensa nacional dando conta de que a alta da inflação está botando para baixo a popularidade da presidente Dilma Rousseff. O senador assegurou que as pesquisas de opinião pública dizem o contrário, porque são publicadas a cada mês e não atestam queda da presidente.
O parlamentar apontou que a derrubada da inflação, pelo Banco Central, é uma constante, através, quando necessário, do aumento de juros. Ele ressaltou que a inflação está em período de baixa e que não há previsão de subida agora. “Essa inflação só existe porque algumas pessoas – não disse quem – querem ganhar muito em curto espaço de tempo”.
BASE RACHADA
A fratura na base aliada foi exposta nos últimos dias, quando o senador Renan Calheiros decidiu não ler as MPs (medidas provisórias) 601 e 605 no plenário da Casa. Ele havia firmado um acordo com os demais senadores estabelecendo que o Senado não votaria mais MPs que chegassem para análise com menos de sete dias de prazo para vencer.
Em contrapartida, o senador José Pimentel argumentou que a Constituição brasileira não fala em prazo de tramitação das Medidas Provisórias na Câmara Federal e no Senado da República. “O que ela fixa é o prazo de até 120 dias, lembrando que o regimento da Câmara e do Senado também não trata disso”.
Segundo ele, a Mesa do Senado foi quem criou um prazo de sete dias em pleno andamento das atuais Medidas Provisórias. Acrescentou que isso trouxe um grande prejuízo para a economia brasileira. “Nesta semana nós queremos incorporar todo o conteúdo da MP 605 na de número 609, que trata da isenção integral dos impostos federais na cesta básica de alimento”, adiantou.
Vale destacar que a MP 605 determinava as condições para manter a redução na conta de energia elétrica, em 20 % para as contas residenciais e 28 % nas contas das indústrias, do comércio e dos serviços. (Com colaboração de Tarcísio Colares)