Denúncia aponta que Funai encolheu reserva dos Tapebas em Caucaia

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Fundação Nacional do Índio (Funai) encolheu em cerca de 100 hectares a reserva dos Tapebas em Caucaia. A denúncia do crime ambiental está publicada em reportagem do Estado de S. Paulo deste domingo (14).

O Instituto do Meio Ambiente de Caucaia (Imac) recebeu a informação no dia 29 de outubro, e no dia seguinte, uma equipe foi à área, acompanhada pela Guarda Civil e pela Polícia Militar, e constatou a “extração de minérios sem licenciamento”.

Segundo a Prefeitura de Caucaia, a fiscalização notificou os responsáveis e interrompeu o trabalho. Quando verificavam se a atividade estava na terra indígena, os fiscais descobriram que o mapa da área à disposição da coordenação regional da Funai era diferente do apresentado pela Agência Nacional de Mineração, que encolhia a reserva Tapeba.

De acordo com a reportagem, a redução do território aconteceu após o coordenador-geral de reoprocessamento da Funai, de Brasília, Evandro Marcos Biesdorf, chefiar no começo do ano nova medição da reserva, alegando que as anteriores, de 1996 e 2013, valeram-se de aparelho comum de GPS e não de quipamento mais preciso, o GPS geodésico.

A ação da equipe de Biesdorf era desconhecida dos índios e da coordenação regional da Funai.

“Só descobrimos que a área havia sido retirada quando houve o processo de licenciamento ambiental da lavra de argila, na área contígua à reserva. A coordenação regional da Funai dizia que a área era indígena. Foi então que a mineradora mostrou os novos mapas feitos pela Funai em Brasília”, disse o advogado Weibe Tapeba, líder tapeba e assessor da Federação dos Povos Indígenas do Ceará. O Imac informou ao Estadão que pediu esclarecimentos à Funai.

A reserva tem uma área de 5,2 mil hectares, disputada há 40 anos por indígenas e proprietários rurais. “Fizeram isso porque tem gente interessada em explorar empreendimento em nossas terras”, contou Raimundo Nonato do Nascimento, o Raimundo Tapeba, da comunidade de Campo Grande (Caucaia), liderada pelo cacique Francisco Alves Teixeira.

Por : Redação CN7

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