Detalhe durante a briga que antecedeu a morte do modelo Jhonny Moura, 22 anos, no último domingo, levou à prisão do suspeito que confessou o homicídio. Ao ser atingido por um soco, o agente penitenciário Renílson Garcia Araújo Lima, 27, caiu e foi amparado por um segurança da festa que ocorria no bufê La Maison. Nesse instante, o profissional percebeu que Renílson usava documento cujo brasão considerou semelhante ao da Polícia Civil. Na verdade, era a identidade funcional do agente, que é servidor estadual desde 2013.
“O depoimento desse segurança que apartou a briga entre o Jhonny e o Renílson foi crucial. Com a informação do documento com o brasão, procuramos a organização do evento para saber se havia algum policial ou servidor entre os convidados. Levantamos informações e chegamos até ele”, disse a delegada da Divisão de Homicídios, Socorro Portela.
Após consulta à Coordenadoria do Sistema Penal, a Polícia localizou o endereço de Renílson, que mora no bairro Antônio Bezerra. Ele foi preso em flagrante por volta das 23h40min de segunda-feira. Na residência do suspeito, foi apreendida a arma que teria sido usada: pistola calibre .380, e 12 munições.
“Paramos a viatura em frente à casa dele e o inspetor perguntou o nome da rua. Ele estava entrando em casa com o irmão, me reconheceu dentro do carro e correu. Mas, acabou preso em flagrante”, detalhou Socorro. Ele responderá por homicídio qualificado, por motivação torpe e sem chance de defesa. A pena é de 12 a 30 anos de prisão.
A delegada concluiu que o assassino é a mesma pessoa envolvida na briga, o que contradiz versão de ao menos uma testemunha, que fala de duas pessoas diferentes.
Reconhecido
Renílson é filho de escrivão da Polícia Civil, cujo nome não foi divulgado. À delegada, o pai contou que o agente pretendia se entregar e já havia constituído advogado. Socorro não soube dizer se havia sido Renílson quem ligou para a delegacia, na tarde segunda-feira, afirmando que se entregaria, conforme O POVO publicou ontem.
Na delegacia, o suspeito foi reconhecido por testemunhas como a pessoa que brigou com Jhonny e que atirou no modelo, no estacionamento da festa, conforme a delegada. “A diferença é que, no momento da briga, ele usava camisa de cor laranja. Já do lado de fora ele estava sem a camisa, que estava amarrada na mão dele”, contou Socorro, ao destacar que Renílson apresentava lesões no lábio inferior e na gengiva, possivelmente por conta do soco desferido por Jhonny. Mas, ao menos uma testemunha apresentou divergência.
Contradições
Envolvidos
Desde os primeiros relatos, foi divulgado que a pessoa que atirou em Jhonny não seria a mesma que brigou com ele na festa. A informação, contudo, foi negada pela Polícia, que descartou a possibilidade de envolvimento de outras pessoas no crime, embora seja sustentada por testemunha em depoimento.
Momento do crime
Testemunhas disseram que o autor dos disparos puxou a cabeça de Jhonny para fora do carro e atirou com a arma encostada na cabeça dele. Já Renílson afirma que atirou de fora do veículo. Segundo a Polícia, somente o laudo pericial poderá comprovar como se deu a ação.
Carro
Testemunha contou que o assassino saiu de dentro de um carro da marca Volvo, pegou a pistola e foi em direção a Jhonny. Mas, o carro usado por Renílson era Honda Civic.
Informações: O povo