Com a posse marcada para o dia primeiro de janeiro de 2019 quando começa o segundo mandato, o Governador Camilo Santana (PT) vai trabalhar para ocupar espaços no cenário político nacional e disputará o espólio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Camilo se sente credenciado para essa missão por ter sido reeleito com quase 80% (79,94%) dos votos dos cearenses – percentual bem acima da média dos demais governadores eleitos ou reeleitos. A estratégia de Camilo Santana começou a ser executada a partir da reunião dos governadores do Nordeste, na semana passada, em Brasília.
Os articuladores políticos e assessores mais próximos ao governador cearense o venderam como o articulador do encontro dos Chefes dos Executivos do Nordeste – uma divulgação para expor Camilo como o protagonista da relação com o presidente eleito Jair Bolsonaro. Após o encontro, os tentaram, mas não conseguiram uma audiência com Bolsonaro.
Além do resultado das eleições, que precisa ser atribuído, principalmente, a força dos irmãos Cid e Ciro Gomes que o apoiaram, Camilo Santana soma a seu favor outros dois fatores: a votação do candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad, no Ceará que, no segundo turno, somou 3.407.526 votos – 71,11% dos votos válidos, e o equilíbrio fiscal e financeiro do Estado que o projeta entre os poucos governadores que, nos últimos quatro anos, mantiveram a folha salarial dos servidores e o compromisso com fornecedores em dia. ‘’Ele tem força, tem boa vontade, mas é preciso saber que, dentro do PT, tem uma fila e, nessa fila, temos o ex-candidato Haddad, que atraiu o apoio, no segundo turno, de 47.040.906 de eleitores’’, disse, nessa terça-feira, 27, nos bastidores da Assembleia Legislativa, um petista que se divide entre cargos na administração estadual e a fidelidade ao alto comando nacional do PT, ao se referir as pretensões desenhadas na agenda de Camilo Santana.
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