A mobilização, que ocorre no bairro Antônio Bezerra, acontece após a leitura do texto da proposta de reajuste salarial feita na Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE)
O Batalhão de Choque da Polícia Militar do Ceará (BPChoque) cercou o 18º Batalhão de Polícia Militar (BPM), no bairro Antonio Bezerra, na noite desta terça-feira, 18, para dispersar manifestação de policiais militares, bombeiros e familiares. Segundo tenente-coronel Barreto, 120 agentes fecham neste momento todo o perímetro do lugar e aguardam ordem para retomar controle. Ninguém entra e ninguém sai do local. A informação é da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).
As mulheres dos policiais fecharam a portaria do batalhão em protesto contra a proposta de reajuste salarial. Três policiais foram presos armados e usando balaclavas o cercar viatura para secar os pneus. Há três pontos de bloqueio na Rua Anário Braga, onde fica o Batalhão.
Outros batalhões funcionam normalmente. Os respectivos comandantes dizem que estão com funcionamento normal o 17º Batalhão da Polícia Militar do Ceará, no Conjunto Ceará, o 11º Batalhão, em Itapipoca, e 12° Batalhão de Polícia Militar, em Caucaia. A rotina no 14º Batalhão de Polícia Militar, em Maracanaú, também transcorre normalmente.
A reportagem do O POVO Online esteve no Comando da Polícia Militar do Ceará, na Avenida Aguanambi, e constatou que o expediente ocorreu sem movimentações reivindicatórias.
“O momento é crítico”
Liderança com mandato eletivo, o deputado estadual Soldado Noelio (Pros) reconhece que o Governo do Ceará escutou as lideranças em reuniões como a que houve na última quinta-feira, 13. “Porém, o acordo não contemplou a categoria, que continua insatisfeita e isso precisa ser resolvido”, ele diz.
E reforçou: “A gente tentou de todas as formas, mas a categoria continua insatisfeita. Não é a decisão de um parlamentar, de uma associação, a categoria continua pedindo socorro”. O policial militar disse que o “momento é crítico”, e que já recebe informações de quartéis da Polícia Militar paralisando trabalhos nesta noite.
O ex-deputado federal Cabo Sabino, outro político com ascendência entre a tropa, afirmou que a categoria deixa o 18º Batalhão somente se as discussões forem reabertas. “Cada pessoa que morrer, cada comerciante que for assaltado, é responsabilidade do Governo do Estado”, bradou Sabino sob os gritos de agentes no local.
Na sessão desta terça-feira na Assembleia Legislativa, o último encontro, no qual se chegou a acordo, foi citado por deputados da base como forma de salientar que a proposta foi construída pelos dois lados, com membros do Governo, presidentes de associações representativas e deputados de oposição. O líder de Camilo na Casa, deputado Júlio César Filho (Cidadania), então, disse que o Abolição vai “honrar o que foi combinado.”
“Nós saímos de lá com acordo selado, onde estado cedeu vários pontos. Nós tivemos a função e mediar com presença do Ministério Público como observador de toda a negociação e também de deputados de oposição, e todas essas entidades, mas estamos disposta a honrar com a negociação”, ele acrescentou.
Com informações do repórter Henrique Araújo