Os tumultos verificados na semana passada nas agências e casas lotéricas que operam com o sistema de autoatendimento da Caixa Econômica Federal (CEF) geraram a determinação do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, de abertura de inquérito policial no sentido de averiguar a origem dos boatos indicando a extinção do programa Bolsa Família no Nordeste. De acordo com relatos do Governo Federal, ao menos nove terminais de autoatendimento foram depredados no Maranhão por conta do boato, que começou no boca a boca e caiu na internet. Também há relatos de tumultos nos estados da Bahia, Alagoas, Piauí, Paraíba, Amazonas e Rio de Janeiro. A confusão se deu em virtude da correria das pessoas para tentar tirar o que tinham em suas contas. O alastramento da informação falsa fez com que o Ministério do Desenvolvimento Social (MDF) e a CEF divulgassem notas negando a informação e reforçando que o programa continua ativo, sem qualquer alteração. Nem assim, porém, a medida conseguiu minimizar os efeitos da torrente de inverdades. Os boatos teriam sido propagados a partir da ocorrência de um atraso no cronograma do pagamento do Bolsa Família deste mês de maio, segundo a CEF. Para agravar o cenário, devido à alta demanda pelas retiradas dos benefícios, os terminais de autoatendimento ficaram sem dinheiro. Nota-se, portanto, que a ação determinada pelo ministro da Justiça faz-se necessária para dirimir-se qualquer dúvida sobre alguma coisa orquestrada com interesses escusos. A partir do levantamento inicial promovido pela CEF, os tumultos poderiam ter ocasionado acidentes graves por conta do desespero demonstrado pelos beneficiários receosos de ficar sem o Bolsa Família. Mais importante ainda torna-se a investigação, em vista da possibilidade de ações do tipo terem sido perpetradas com o intuito de atingir politicamente os responsáveis pelo programa. Infelizmente, vê-se, mais uma vez, o quanto nosso povo é susceptível de manipulação.