O Ministério Público Federal no Ceará (MPF/CE) pediu ao Ministério da Saúde que investigue a obra do Hospital Regional Norte (HRN), em Sobral. O pedido foi realizado por meio do Departamento Nacional de Auditoria do SUS. Além disso, também deverá ser investigada a aplicação de recursos federais repassados ao Fundo Municipal de Saúde de Fortaleza em dezembro de 2012, na gestão da ex-prefeita Luizianne Lins.
Veveta
A inauguração do Hospital Regional Norte, em 18 de janeiro, foi marcada pela polêmica em torno do show da cantora Ivete Sangalo. Na ocasião, o cachê pago à artista foi de R$ 650 mil. Apesar do evento, apenas a parte administrativa do hospital começou a funcionar. O atendimento aos pacientes ainda não foi iniciado.
Acidente
Um mês depois, em 17 de fevereiro, a fachada do HRN desabou, após as chuvas que ocorreram na cidade, deixando um operário ferido. Nesta terça-feira (19), parte da calçada também cedeu. O procurador da República Oscar Costa Filho solicita que sejam apurados o financiamento, a regularidade da obra e todos os trâmites relativos à construção do prédio, a partir da licitação e contratação do consórcio Marquise/ Empresa Industrial Técnica S/A.
Opinião
De acordo com o procurador, os últimos acontecimentos confirmam que o hospital não está preparado para atender à sociedade. “Isso reforça mais do que nunca que [o hospital] estava precisando de cuidados e não de show. Isso reforça a tese da imoralidade administrativa. O hospital está totalmente comprometido. A saúde não está precisando de show, está precisando de cuidado”, declarou. Segundo Oscar Costa Filho, a obra envolve verba federal do SUS e por isso vai realizar uma investigação criteriosa, incluindo licitação e contratação de consórcio. “O grande debate do governo é que a verba da Ivete não tem recurso do Sus, mas está havendo um problema com relação às atribuições do dinheiro. O hospital [HRN] tem dinheiro do SUS, foi inaugurado, não está funcionando e está longe de receber gente, porque a estrutura física não é confiável. Isso é um hospital, não é um viaduto”, ressaltou.
Em Fortaleza
Costa Filho ainda pede que seja analisado o repasse de cerca de R$ 27 milhões provenientes do Ministério da Saúde, que seriam destinados ao pagamento de servidores que trabalham com alta e média complexidade, além de convênios. A atual secretária de saúde do município, Socorro Martins, afirma ter havido um desvio dessa verba autorizado por “determinação superior”. Para o procurador, a Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza é um dos exemplos de hospitais afetados pela crise na saúde.
Do Portal Jangadeiro Online