Iguatu. A Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) registrou, entre as 7 horas dessa segundafeira (27) e 7 horas dessa terçafeira (28), chuvas em 55 municípios cearenses. As precipitações concentraramse na região Norte, na faixa litorânea. As três maiores foram observadas em Aquiraz (65mm), Ipu (53.3mm) e Itaitinga (40mm). A redução das chuvas deve prevalecer nos próximos dois dias.
De acordo com a média histórica, abril tem previsão de chuvas em menor quantidade do que março. Para o próximo mês o normal são 188mm em média no Estado e para maio, o último mês da quadra invernosa, o esperado são 90mm. Atual mês já registrou precipitações dentro da média histórica e ainda faltam três dias para o seu término. Até ontem, choveu no terceiro mês do ano 207.6 mm. A média histórica do período é de 203.4mm. O desvio positivo até aqui já é de 2.1%.
Para hoje, quartafeira, a Funceme prevê tempo com nebulosidade variável com possibilidade de chuvas isoladas no litoral, nas regiões Noroeste e Sul do Estado. Nas demais áreas, o céu deve ficar parcialmente nublado. Para esta quintafeira há possibilidade de ocorrência de chuvas isoladas na faixa litorânea, Serra da Ibiapaba e no Cariri.
No campo, os agricultores estão animados com o desenvolvimento do plantio de milho e feijão. As chuvas, mesmo isoladas permaneceram constante ao longo deste mês. “Quem plantou mais cedo já começa a colher milho verde na próxima semana”, disse o diretor do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Iguatu, Sebastião Alves. “Vamos ter uma Semana Santa com muita fartura de legume”.
Os criadores também estão aliviados com as chuvas que asseguram o crescimento da pastagem nativa (capim) para o gado, reduzindo a despesa com alimentação, ou seja, a compra de forragem (silagem ou fenação de capim) para os animais. “Espero que continue chovendo até maio ou mesmo junho para manter o pasto para os bovinos”, disse o pequeno produtor rural, Jaime Oliveira, que mora em Santa Rosa, zona rural de Iguatu.
A preocupação permanece, entretanto, com a reserva hídrica dos médios e grandes reservatórios estratégicos para o abastecimento dos centros urbanos. Em Iguatu, por exemplo, o Açude Trussu, que assegura o abastecimento de mais de 70 mil moradores de Iguatu, além de Acopiara, está com apenas 13% de sua capacidade. Praticamente não houve recarga ainda na atual quadra invernosa.
O Açude Lima Campos um dos mais antigos do Ceará, construído pelo governo federal para combater os efeitos da seca de 1932, acumula apenas 10% de sua capacidade. O reservatório é responsável pelo abastecimento da cidade de Icó, da Vila de Lima Campos e de outras localidades rurais. “A qualidade da água já está ruim e os moradores estão reclamando”, disse o integrante do Comitê da Sub Bacia do Alto Jaguaribe, Erivan Anastácio. “Se não houver recarga, a situação tende a se agravar após o fim da quadra chuvosa no Estado”.
A Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) registrou, ontem, aporte total de 16,7 milhões de metros cúbicos, nos 153 açudes monitorados pelo órgão. O volume atual é de 10,3%. Subiu de quatro para seis o número de açudes que estão transbordando: Acaraú Mirim, em Massapê; Caldeirões, em Saboeiro; Valério em Altaneira; Itaúna, em Granja; São Pedro Timbaúba, em Miraíma; Maranquapinho, em Maranguape.
A Cogerh registrou aportes ontem em 67 açudes, destacandose os açudes Acarape do Meio, Angicos, Aracoiaba, Araras, Arneiroz II, Ayres de Sousa, Castanhão, Caxitoré, Frios, General Sampaio, Jaburu I, Orós, Pedras Brancas e Pentecoste. A terra está úmida e tem favorecido a chegada de água aos reservatórios, daí a importância das chuvas continuarem regulares em todas as regiões.
Diário do Nordeste