A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira (11) a Operação Vidas Secas-Sinhá Vitória para investigar suspeitas de desvio de R$ 200 milhões e superfaturamento em dois lotes das obras da transposição do São Francisco por meio das empresas do doleiro Alberto Youssef e do lobista Adir Assad, ambos presos na Lava Jato e condenados por envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras.
Cerca de 150 policiais federais cumprem na manhã desta sexta 32 mandados, sendo 24 de busca e apreensão, quatro de condução coercitiva e quatro de prisão nos Estados de Pernambuco, Goiás, Mato Grosso, Ceará, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Bahia e em Brasília.
As investigações apontam que empresários do consórcio formado por OAS, Galvão, Barbosa Melo e Coesa Engenharia utilizaram empresas de fachada, dentre elas as de Youssef e Assad, para desviar recursos que deveriam ser destinados à transposição, uma das maiores obras executadas pelo governo federal.
Os investigados responderão pelos crimes de associação criminosa, fraude na execução de contratos e lavagem de dinheiro. Os contratos investigados, até o momento, são de R$ 680 milhões.
Segundo a Polícia Federal, os desvios teriam ocorrido no trecho da obra que vai do agreste de Pernambuco até a Paraíba.
A PF explicou que o nome da operação, Sinhá Vitória, representa a mulher do sertão, que não se rende à miséria. Uma personagem descrita no livro Vidas Secas, de Graciliano Ramos, como uma mulher forte, que fazia as contas do pagamento recebido do dono da fazenda onde trabalhavam sempre chegando à conclusão de que eram roubados.
Informações DN