Problemas na qualidade da água e insegurança alimentar são apontados como fatores que agravam doenças em período de seca. Secretários da Saúde do Nordeste reuniram-se em Fortaleza para discutir o tema. A seca que atinge os estados nordestinos provoca impactos na saúde da população. O problema é relacionado, principalmente, à má qualidade da água distribuída e à alimentação – devido à perda de produção agrícola e de rebanhos. Segundo o coordenador de Promoção e Proteção à Saúde da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), Manoel Fonseca 70% da água distribuída em carros-pipa são contaminados. Preocupa também a água retirada de poços profundos. O secretário-executivo do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass) e ex-secretário da Saúde do Ceará, Jurandir Frutuoso, cita ainda o aumento de infestações, verminoses e de casos de dengue (devido ao armazenamento de água de maneira descuidada em recipientes) como reflexos da seca na saúde. O assunto foi pauta de encontro entre os secretários da Saúde de estados nordestinos, ocorrido ontem, em Fortaleza. Na reunião, os secretários queixaram-se que a seca muda o planejamento de investimentos para a Saúde. A unanimidade foi o pedido de mais recursos do Governo Federal, já que os estados e municípios têm sofrido com perdas nas arrecadações. Entre as ações sugeridas no encontro, a principal foi a garantia de abastecimento de água tratada para toda a população. Além disso, foi defendido o uso do cloro para tratar a água que chega às comunidades que sofrem com desabastecimento. Também foi enfatizada a necessidade de investir na rede de atenção básica. O secretário da Saúde do Ceará, Arruda Bastos, adiantou que uma reunião será realizada daqui a 15 dias com todos os secretários municipais da Saúde do Estado para tratar da temática.